Grupo realizou protesto durante evento oficial da Prefeitura de Palmeira. Foto - reprodução redes sociais

Um grupo de profissionais da educação da rede municipal de ensino de Palmeira realizou manifestação na noite desta segunda-feira, dia 5, em frente ao Clube Palmeirense, onde acontecia evento alusivo ao Dia do Meio Ambiente, com a presença do prefeito Sérgio Belich, do União Brasil, e da secretária de Educação, Márcia Regina Pereira Ristow. Exibindo faixas e cartazes, os professores têm como principal reivindicação o que entendem ser um direito da categoria, o reajuste dos vencimentos pelo índice do piso nacional do magistério.

O prefeito e a secretária passaram em meio aos manifestantes e ouviram as palavras de ordem gritadas por eles, como ‘’É piso ou greve’’. No entanto, um projeto de lei do Executivo que já tramita na Câmara Municipal prevê que o reajuste pelo índice do piso nacional será concedido somente aos que recebem vencimentos com valores abaixo do piso, ou seja, R$ 4.420 para jornada de 40 horas semanais ou R$ 2.210 para jornada de 20 horas semanais.

No Legislativo, a Comissão de Economia, Orçamento, Finanças e Fiscalização, através do vereador Vagner Kachimarki (Solidariedade) pediu, no último dia 30, prazo de mais 30 dias para melhor análise do projeto, o que adiou a votação, que só acontecerá quando o projeto de lei receber parecer. Portanto, não acontecerá votação da matéria na sessão desta terça-feira, dia 6, quando professoras e professores devem estar presentes à sessão.

De toda forma, a manifestação pública feita em frente ao Clube Palmeirense, onde acontecia o evento promovido pela Prefeitura de Palmeira, através das secretarias de Educação, Esporte e Lazer e de Meio Ambiente, Cultura, Turismo e Comunicação, deixou evidente a insatisfação de boa parte da categoria.

Também como forma de protesto e descontentamento pela situação em relação ao piso salarial, profissionais da educação que foram convidados para participar do evento não compareceram, permanecendo com os manifestantes em frente ao local onde o evento acontecia. Além disso, no momento em que no interior do clube o evento começava, os manifestantes, na rua, realizaram um buzinaço.

Críticas e mais reivindicações

Entre os profissionais de educação que participaram da manifestação, além da questão do reajuste dos vencimentos pelo índice do pico nacional, outros problemas foram relatados e também aconteceram críticas ao evento alusivo do Dia do Meio Ambiente. Uma professora disse que ‘’o evento é uma autopromoção às custas de nosso trabalho, pois somos nós quem realmente executamos o trabalho e fazemos a educação acontecer, e até mesmo manter as escolas’’.

Outra professora, em relação a outros problemas na educação da rede municipal, afirmou que ‘’essa luta não é apenas pelo nosso aumento ou não deveria ser, porque os problemas vão além e esse é o momento de mostrar nosso descontentamento também com a falta de professores em escolas, falta de professores de apoio nas turmas com crianças especiais, com a escola e APMF tendo que fazer rifa, promoção e milagre para manter o funcionamento da escola’’.

Ainda sobre a carência de professores de apoio para os alunos especiais, denunciam que a Secretaria de Educação ainda não dispõe de profissional específico para orientar as professoras e professores que estão no dia a dia em contato direto com essas crianças. ‘’Não podemos deixar que afetem nossos ambientes de trabalho e até nossa saúde por pura falta de competência em administrar, o que se dispuseram a fazer quando se candidataram a esses cargos’’, disse uma das professoras que participava da manifestação.

Lembraram também e citaram como situação absurda o fato de professoras da Educação Infantil que estão nas escolas dando aula de literatura e até mesmo substituindo professores em sala de aula. Sem contar a falta de ação para a implantação da hora atividade, que, segundo afirmaram, havia sido acordada com a Secretaria de Educação no início deste ano.

Diálogo e valorização

Mesmo com a manifestação de protesto pela situação relativa ao piso salarial, a categoria acredita que está na hora de os profissionais colocar em para foram tudo o que os está sufocando fora. Afirmam que pretendem dialogar com a secretária, em uma conversa ampla, com toda a categoria.

Uma professora relatou que muitas colegas estão adoecendo, enquanto elevam o nome de Palmeira pela qualidade da educação. ‘’Eu não vou ao evento e acredito que depois dessa manifestação e do nosso protesto deixamos claro que não mais participaremos desses eventos enquanto não formos valorizadas’’, finaliza.

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