Postagem em redes sociais do Museu Histórico de Palmeira lembram que no dia 17 de agosto, hoje, portanto, comemora-se o dia do Patrimônio Histórico. A postagem informa que, para além da definição que considera apenas edifícios, praças ou monumentos, a definição de patrimônio abrange todas as manifestações, ou espaços, onde se expressam, se criam, se desenvolvem e se resgatam identidades.
Locais e modos de fazer que se conectem à memória e à história de um povo, gerando identificação individual e coletiva significantes em uma cidade, região ou país. Busca-se com essa diversidade de bens, dar pluralidade e englobar todas as formas e elementos formadores do povo brasileiro em suas mais ricas dimensões.
Palmeira possui grande quantidade e variedade de Patrimônios Históricos materiais e imateriais, artísticos, religiosos, arquitetônicos, linguísticos, geológicos, arqueológicos e naturais.
O Solar do Conselheiro Jesuíno Marcondes, sede do Museu Histórico, é o primeiro patrimônio material do município inscrito no livro tombo do Estado do Paraná em 1970. Não há fontes que datem sua construção, contudo, acredita-se que tenha sido construído na primeira metade do século 19, pouco antes do período em que Jesuíno passa a residir no local com sua família.
Em 1973, outro bem foi inscrito no livro tombo do patrimônio estadual, a Ponte do Rio dos Papagaios. É um patrimônio do qual Palmeira divide tutela com Balsa Nova, sua construção foi iniciada em 1876, concluída 1877, mas inaugurada somente em 1880, quando da passagem de D. Pedro II pelas terras da Vila de Palmeira.
Um pouco mais recente, em 2004, foi inscrito no livro tombo o prédio da Antiga Coletoria. Construído no ano de 1906, abrigou de início o Grupo Escolar Jesuíno Marcondes e posteriormente para ser a Coletoria de Impostos Estadual. Hoje funciona como polo da Universidade Aberta do Brasil.
A arquitetura da edificação é marcada por alicerces de pedra que sustentam suas paredes, todas em alvenaria, além de acabamento eclético, rico em detalhes, com elementos de diversas origens. Uma curiosidade é que nos municípios de Ipiranga e Tibagi também existem prédios com a mesma arquitetura.
Patrimônio imaterial
Dentro da cultura palmeirense temos alguns elementos imateriais inscritos no livro tombo em nível municipal. São eles: o Pão no Bafo, a Gengibirra, a Fanfarra do Colégio Dom Alberto Gonçalves, Banda Lira Celeste da Igreja Assembleia de Deus e o idioma Plautdietsch.
O Pão no Bafo é um legado cultural e gastronômico deixado pelos alemães do Volga (ou russo-alemães) a seus descendentes. Presente em nossa cidade desde 1878, a popularidade, reconhecimento e inserção no cardápio cotidiano dos palmeirenses, conferem-lhe um valor histórico e cultural fundamental.
A gengibirra se tornou uma bebida conhecida em todo o estado do Paraná e a empresa Cini, sediada em Pinhais, há mais de um século, possui suas raízes em Palmeira. Somado a isso o fato que a família Cini, na figura do pioneiro Egizio Cini, está ligada à memória cultural e ao imaginário anarquistas da Colônia Cecília, é justificado que a bebida seja um Patrimônio Imaterial Cultural de Palmeira.
A Fanfarra Arthur Orlando Klas, do Colégio Estadual Dom Alberto Gonçalves foi a primeira banda musical a ter o reconhecimento enquanto bem cultural imaterial. Inscrita em 2017, é exaltada pelo sentido de pertencimento, inspirado pelo Colégio Dom Alberto Gonçalves, uma das mais tradicionais instituições do município.
A Banda Musical Lira Celeste, consagra a tradição musical de nossa cidade e seu povo. Seus quase 61 anos de história nos levam a imaginar a perseverança, paixão e fé que moveu seus músicos.
Mais recentemente o Plautdietsch foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial de Palmeira. Sendo um idioma que existe há mais de cinco séculos, acompanha a história menonita e as constantes migrações dos seus diversos grupos. E um desses grupos, partindo da Frísia para Prússia; da Prússia para Rússia e Ucrânia; e desses últimos para o Brasil, fundaram, no ano de 1951, Witmarsum, em Palmeira. Desta forma, além de patrimônio imaterial inscrito em livro tombo, o reconhecimento do Plautdietsch torna Palmeira o único município do Paraná com dois idiomas oficiais.