A placa de entrada do memorial traz dados sobre o local, seus descendentes e a experiência anarquista, contudo, o mato impede o turista de se aproximar e ler as informações. Foto/Waldir Joanassi Filho

O Memorial Anarquista, único no mundo, localizado em Palmeira, na região de Santa Bárbara, está prestes a completar dez anos e deveria ser um local de recepção para turistas e pesquisadores que desejam entender como foi a experiência anarquista no Brasil. Contudo, em pleno período de férias, quando turistas e os próprios palmeirenses circulam pelo município e seus atrativos, o local está completamente abandonado.

Os totens com informações e artes em mosaico estão deteriorados pela falta de manutenção, muitas de suas pastilhas caíram o foram arrancadas, e, seguem sem perspectiva de recuperação. Imagem/Waldir Joanassi Filho

O espaço foi criado em 2015 e reproduz a saga dos imigrantes italianos que vieram para o país no final do século 19 com o sonho de instalar uma sociedade anarquista na América, a Colônia Cecília.

Vista de cima, praça em formato de “A”, símbolo mundial do anarquismo, já nem conserva mais seu traçado original devido ao excesso de mato no local. As calçadas de petit-pavé mal podem ser vistas, bem como os oito totens com dados históricos dos imigrantes, que, quando não estão encobertos pelo mato, já foram deterioradas pelo tempo, perdendo muitos das suas pastilhas, já que os totens foram feitos na técnica de mosaico.

No local também existe uma casa de madeira, reconstituindo as feitas na época da instalação da Colônia Cecília. O local se encontra em completo abandono, sem luz e água, com banheiros danificados, além da deterioração do assoalho, o que oferece risco para quem entra no local.

O assoalho da casa construída no memorial oferece risco para os visitantes e deveria abrigar produtos locais, além de centralizar informações turísticas.

A falta de articulação por parte do poder público com a comunidade faz com que o local deixe de ser um espaço de exposição e comercialização dos produtos locais, o que poderia gerar renda aos moradores da região, incluindo descendente dos imigrantes italianos que ainda produzem vinhos, geleias, compotas e outras iguarias. A região abrange não só Santa Bárbara, mas também Santa Quitéria, Mandaçaia, Faxinal dos Quartins, Água Clara e Cantagalo

Mesmo com o principal atrativo turístico do local abandonado, ainda assim a Prefeitura de Palmeira implantou uma sinalização turística no local. Foram colocadas 226 placas ao longo dos 40 quilômetros de estradas rurais, muitas delas indicando o memorial deteriorado, quando também não estão encobertas pelo mato, impossibilitando visualizar as informações que possuem.

O estacionamento e a rampa de acesso a pessoas com deficiência também estão tomados pelo mato, dificultando seu uso. Foto/Waldir Joanassi Filho

O jornalismo da CRUZEIRO 98.3 FM fez contato na tarde de quinta-feira (11), através do Departamento de Comunicação da Prefeitura de Palmeira, com o secretário de Secretaria de Meio Ambiente, Cultura, Turismo e Comunicação, Igor Henrique Michalski Moreira, questionando quanto à periodicidade da manutenção do local e também se existe previsão de contratação de artista para recompor as obras em mosaico. Contudo, não recebemos nenhuma resposta.

Deixe um comentário