Em um dia marcado por protestos, a Assembleia Legislativa do Paraná aprovou nesta segunda-feira (03), por 39 votos a 12, a proposta do governo de Ratinho Junior (PSD) que permite a terceirização da gestão de escolas estaduais.
Assustados com a manifestação dos professores, que forçaram a entrada no prédio e ocuparam as galerias para acompanhar a sessão de votação, os deputados da base de Ratinho votaram refugiados em seus gabinetes, em uma sessão remota.
Apenas os deputados da oposição permaneceram em plenário.
O projeto de Ratinho Jr. pretende retirar dos professores concursados a gestão das escolas e entregar a administração dos colégios a empresas privadas.
O governo diz ter inspirado a ideia em países como Canadá e Coreia do Sul e afirma ter obtido bons resultados nas duas escolas usadas como piloto – os resultados são contestados por professores dos colégios e pelo sindicato que representa os educadores, a APP-Sindicato.
Milhares de professores e estudantes atenderam ao chamado da APP e compareceram ao protesto em frente à Assembleia.
Em greve desde ontem, os professores dizem que a proposta é uma afronta à categoria e que põe em risco a própria existência da educação pública no Paraná.
Os deputados, porém, não se comoveram com os apelos dos professores.
Exceto pelos sete deputados da oposição (Ana Julia, Chioratto, Dr. Antenor, Luciana Rafagnin, Professor Lemos e Requião Filho, do PT, e Goura do PDT), apenas outros cinco votaram contra o projeto: Cristina Silvestri e Mabel Canto, do PSDB; Ney Leprevost, do União, Tercílio Turini, do MDB; e Evandro Araújo, do PSD.
O projeto volta agora para a Comissão de Constituição e Justiça para que sejam analisadas as emendas apresentadas.
Mas já nesta terça-feira, a ideia do presidente Ademar Traiano (PSD), é encerrar a votação.
Estão marcadas quatro sessões plenárias para a tarde, duas ordinárias e duas extraordinárias, que provavelmente serão feitas de forma remota.