A tarde do último sábado, dia 16, ficou cor de rosa em Palmeira. As ruas da cidade foram tomadas por automóveis, motos e bicicletas participantes do Rolê Rosa, promovido pelo Grupo de Apoio ao Tratamento Oncológico (Gratos).

A manifestação, em forma de carreata, chamou a atenção e serviu para alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e mais recentemente sobre o câncer de colo do útero, com adoção de medidas de autocuidado.

A ação foi desenvolvida tendo em vista o Outubro Rosa, mês dedicado a compartilhar informações e promover a conscientização sobre a doença; proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade.

O evento promovido pelo Grupo Gratos teve apoio da empresa Baston Aerosóis e da Ação Social Imaculada Conceição.

Câncer de mama

O câncer de mama é o tipo da doença que mais mata mulheres no Brasil. Ele tem quatro subtipos. O menos agressivo e com melhor prognóstico é o luminal A. Este é o mais comum no Brasil e no mundo. No Paraná, o luminal A é minoria: mais de 50% dos diagnósticos são dos subtipos mais agressivos, de pior prognóstico: luminal B, HER2 positivo e triplo negativo.

Isso é explicado através de resultados de estudo da Universidade do Oeste do Paraná (Unioeste), que aponta que esse perfil diferenciado tem relação com a maior exposição aos pesticidas – o estado é um dos maiores produtores agrícolas do Brasil e nos municípios do interior, de quase todas as regiões, as mulheres ficam mais expostas aos efeitos desses produtos. A situação é ainda pior, segundo o estudo, em mulheres moradoras de propriedades rurais da agricultura familiar, ainda mais expostas aos agrotóxicos porque participam das atividades de produção.

As pesquisas lideradas pela doutora em Patologia, médica e pesquisadora Carolina Panis, da Unioeste, mostram ainda que os agrotóxicos são fator determinante para quimiorresistência.

Em outras palavras, a quimioterapia costuma ser menos eficaz em pacientes que manuseiam e têm contato frequente com esses ativos sem proteção,

Não se arriscar

Estudos semelhantes aos da Unioeste vêm sendo realizados em outras instituições de pesquisa pelo país, especialmente em regiões onde há predomínio de monocultivos. A maioria esbarra na dificuldade de confirmar a exposição a agrotóxicos como elemento central para o aumento nos índices de câncer de mama.

Mesmo que não haja estudos que comprovem a associação entre um tipo específico de agrotóxico e o câncer de mama, o Instituto recomenda que os produtores não se arrisquem.

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