Após uma série de ataques violentos contra escolas, o mais recente deles ocorrido em Blumenau (SC), onde quatro crianças foram mortas a golpes de machado por um homem de 25 anos que invadiu uma creche, dirigentes de órgãos da educação, diretores de escolas, professores e funcionários, além da comunidade em geral, inclusive em Palmeira, estão em alerta quanto à possibilidade de novos episódios virem a acontecer.
Em Palmeira, a Secretaria de Educação, Esporte e Lazer, responsável pela rede municipal de ensino, reuniu na quarta-feira, dia 12, diretores, pedagogos e professores das 18 instituições da rede municipal.
Na reunião, foi informado que Palmeira está aderindo ao Projeto “Escola Segura” da Capelania Brasil, entidades que realiza um trabalho com pais e profissionais da educação, buscando formar uma equipe de suporte nas escolas. Neste projeto está incluso um aplicativo de celular para emergências.
Haverá reunião com as famílias e profissionais da educação, buscando sempre a cultura de paz. Com as famílias, nas escolas, nos dias 18, 19 e 20 de abril. Cada direção informará o dia e horário. Já a reunião com os profissionais da educação será no dia 26 de abril, às 19 horas, no Cine Teatro Municipal, contando com o apoio e representantes da Polícia Militar, Polícia Civil, Conselhos de Segurança e de Educação de Palmeira e com a parceria da Secretaria de Saúde e Comissão de Vigilância em Saúde.
Com relação aos colégios e escolas estaduais, o Núcleo Regional de Educação de Ponta Grossa, através de nota, informou que tomou ciência de episódios que provocam uma atenção especial de toda a comunidade escolar quanto a segurança e bem-estar dos estudantes e profissionais.
O Núcleo salienta que todas as medidas necessárias para reprimir estes atos estão sendo tomadas e, que segundo a nota, está alinhado com as instituições de ensino e também com as forças de segurança sobre medidas a serem tomadas.
O Núcleo Regional de Educação ressalta, ainda, que preza pelo respeito e bom relacionamento dentro de nossas escolas, e que não mede esforços para que o ambiente seja de paz e segurança para todos.
Rede privada
Nos estabelecimentos de ensino da rede privada em Palmeira, a preocupação com a segurança de todos não é menor. No Colégio Realeza, que oferta educação do ensino infantil ao médio, a diretora Adriane Mehl Czelusniak disse que a segurança de todos sempre foi preocupação da escola. Ela afirmou que já chegou a ser criticada pelo fato de o colégio ter apenas um acesso controlado e individual para o público externo.
Ainda, disse que frequentemente busca sugestões e discute ideias junto a policiais e profissionais do setor de segurança a respeito do que mais fazer para garantir maior controle e, se necessário, barrar o acesso de pessoas estranhas ao ambiente escolar. Tudo, segundo a diretora, sempre visando a tranquilidade de alunos, professores e funcionários para o melhor desempenho possível de suas atribuições.
Em virtude dos últimos acontecimentos, a direção do Colégio Sagrada Família reuniu-se com consultores de segurança privada, nesta quinta-feira, dia 13, para elaboração de plano de segurança do estabelecimento de ensino. O levantamento da segurança do ambiente escolar vai identificar pontos vulneráveis, o uso de tecnologia e o engajamento com a comunidade e órgãos de segurança.
De acordo com a diretora do Colégio, Irmã Luzia Barone, em nota divulgada em redes sociais, ‘’tornar um ambiente seguro trata-se de uma tarefa que vai muito além de controlar a entrada e saída’’. A diretora afirma que ‘’agir preventivamente e criar um planejamento estratégico, com ações práticas, é essencial para minimizar os riscos’’.
Remoção de perfis e conteúdos
A exclusão de 270 contas, que veiculavam material relacionado a ataques contra escolas em todo o Brasil, foi pedida à rede social Twitter pela Força-Tarefa Escola Segura, organizada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Também foi solicitado ao Tik Tok que retire do ar duas contas que estavam viralizando conteúdo para amedrontar as famílias. Os autores e o conteúdo estão sendo investigados.
A pedido das autoridades de segurança, as plataformas removeram ainda links de 80 perfis, que vão ter o conteúdo preservado para ajudar nas investigações. E agentes da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência, da Secretaria Nacional de Segurança Pública, cumpriram mandados de busca, prenderam um suspeito e apreenderam sete armas.
A Operação Escola Segura terá duração por tempo indeterminado e conta com a participação das delegacias contra crimes cibernéticos das principais regiões brasileiras.
Qualquer cidadão pode denunciar ameaças a escolas. O Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com a SaferNet Brasil, criou o canal exclusivo para recebimento de informações de casos suspeitos de ataques a instituições de ensino, que é mj.gov.br/escolasegura.