O cenário desolador de uma obra abandonada há mais de três meses em nada lembra a empolgação criada em agosto de 2022, quando o prefeito Sérgio Belich (União Brasil) anunciou a ampliação da Escola Municipal do Campo Professor Clotário Santos, na comunidade de Guarauninha. Inicialmente estava prevista a construção de quatro salas de aula, sala de informática, dois banheiros e cobertura em áreas de circulação dos estudantes.
Para executar o projeto da obra, a Prefeitura de Palmeira faria o aporte de R$ 500 mil reais de recursos próprios e outros R$ 300 mil viriam de recursos de emenda ao orçamento da União, apresentada pelo deputado federal Aliel Machado (PV). Os recursos que a Prefeitura destinou seriam resultantes de devolução feita pela Câmara Municipal de valores excedentes, não utilizados pelo Legislativo.
Após a realização de licitação, a empresa contratada pela Prefeitura para execução da obra foi a Irmãos Camargo Construção Civil Ltda, com sede no município de Carambeí. O valor do contrato, assinado em dezembro de 2022, era de R$ 710.888,92.
Contudo, após executar parte do projeto, entre janeiro e outubro do ano passado, a empresa abandonou o canteiro de obras e a obra encontra-se em situação de abandono, com tapumes caídos e criando mato. O motivo da paralisação, segundo a empresa, foi a falta de previsão de pagamentos.
Segundo informações da construtora, o projeto da obra, contratado pela Prefeitura de forma terceirizada junto à empresa SEMV Projetos Governamentais, continha inúmeros erros e, já no início da obra, foi necessário realizar um aditivo no valor de R$ 188.202,33 para sanar estes erros do projeto. Erros que, de acordo com a construtora, comprometiam a execução dos serviços de fundação da edificação e poderiam comprometer edificações próximas.
Mais de um mês após os erros serem apontados pela construtora e corrigidos, a obra foi retomada, em 13 de fevereiro de 2023 e tocada dentro do cronograma. Contudo, após realizar parte do serviço, entre janeiro e outubro do ano passado, outros problemas de projeto foram aparecendo, aliado a situações de descontrole nos pagamentos, que levaram os responsáveis pela empresa a tomar a decisão de paralisar a execução do projeto. “Não foi por birra ou qualquer coisa assim, mas por falta de previsão de pagamento do que temos a receber por direito”, afirmou o representante da construtora.
Daqui a um mês as aulas terão início e, segundo o representante da construtora, agora a empresa aguarda que a Prefeitura de Palmeira quite a dívida acumulada para que a obra seja retomada e concluída, conforme tratado em duas reuniões entre as partes em dezembro de 2023. “Afinal, em 15 anos de atuação no ramo da construção jamais deixamos uma obra sem concluir”, afirma.