O caso de corrupção na Assembleia Legislativa do Paraná, envolvendo o atual presidente, deputado Ademar Traiano (PSD) e o ex-deputado Plauto Miró (União Brasil) teve reveladas ontem, em reportagem da RPC, no programa “Boa noite Paraná”, gravações que mostram parte das negociações feitas por ele em 2015 para o recebimento de R$ 100 mil em propina para cada um.
O caso envolve também o empresário Vicente Malucelli, que é de Palmeira, e representava a TV Icaraí na ocasião, na época prestadora de serviço da TV Assembleia.
Em depoimento ao Ministério Público, em 2020, Vicente Malucelli disse que fez as gravações porque estava se sentindo ameaçado por Traiano.
Ele afirmou ter feito os pagamentos porque tinha receio que os dois deputados encontrassem uma forma de prejudicar o contrato com a TV Icaraí, que atendia a Assembleia desde 2012.
Na época dos pagamentos, se aproximava do fim o vencimento da prorrogação automática do contrato.
O empresário afirmou que Traiano fez o pedido de propina para despesas de campanha, ato presenciado por Plauto.
O valor inicial solicitado por Traiano para os dois deputados foi de R$ 300 mil, segundo Malucelli.
Depois, a partir de uma negociação entre eles, a propina caiu para R$ 200 mil, dividida em duas partes iguais para cada parlamentar.
Os dois deputados receberam o valor e confessaram ao Ministério Público. Em troca da confissão e do pagamento de multa, para não responder criminalmente, em 2022, os dois assinaram um Acordo de Não Persecução Penal e Acordo de Não Persecução Cível.
No entanto, eles tiveram de pagar multas, que, somadas, chegam a R$ 743 mil.
Atualmente, apesar de concluído, o caso está sob sigilo por determinação de desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná.