Foto - Grupo Dia de Arte

O projeto Mulher, Consciência e Ação, produzido pelo Grupo Dia de Arte, chega a
Palmeira este mês com o espetáculo “O que eu deveria ser se não fosse quem eu sou”,
drama solo escrito e interpretado pela atriz, diretora e dramaturga Michella França. A
duração é de 40 minutos e a entrada é gratuita. A iniciativa é aprovada pela Secretaria de
Estado da Cultura – Governo do Paraná, com recursos da Lei Paulo Gustavo, Ministério da
Cultura – Governo Federal.

A apresentação visa promover a conscientização e a prevenção da violência
doméstica e familiar contra a mulher por meio da arte e da educação. O projeto realiza
também atividades de sensibilização mediadas por profissionais especializadas no tema da
violência de gênero.

O espetáculo
O drama “O que eu deveria ser se não fosse quem eu sou” aborda a violência
doméstica contra a mulher em suas diversas expressões: física, psicológica, sexual,
patrimonial e moral. O monólogo expõe realidades enfrentadas cotidianamente por
mulheres, que sofrem com as estruturas machistas que se repetem e se reproduzem na
sociedade. A peça também questiona a construção de papéis sociais que acabam
naturalizados, tornando-se condutores do machismo e da violência.

Com linguagem contemporânea, o monólogo denuncia, informa e levanta a
discussão sobre a violência contra a mulher. A peça é um drama dinâmico, criado a partir de relatos reais de mulheres que sofreram as diferentes formas da violência supracitadas. “O teatro como ferramenta social consegue chegar tão fundo, e de forma tão natural, que nós nos surpreendemos com tantas mulheres se reconhecendo em um relacionamento abusivo e buscando ajuda depois de assistir nossa apresentação”, relata a atriz protagonista Michella França.

A advogada Bruna Lemr mediará uma discussão com o público após a apresentação
do espetáculo, promovendo uma ação sensibilizadora, que instiga o diálogo e a reflexão, ao
mesmo tempo em que tiram dúvidas envolvendo a temática da violência doméstica e
familiar contra a mulher.

“Do ponto de vista jurídico, explicamos o que é a Lei Maria da Penha, quais são as
formas de violência, e damos exemplos práticos para que a mulher entenda se ela ou
alguma conhecida está nessa situação, além das ações legais que pode tomar”, elabora a
advogada Bruna Lemr. Segundo ela, o tema é complexo e exige demonstrações dinâmicas.

“Uma peça teatral, uma palestra, uma apresentação de slides, um diálogo… todos esses
meios são essenciais para que cada vez mais pessoas entendam a necessidade de
combater a violência contra a mulher”, sustenta.

Já a assistente social Bruna Miranda explica que realizar uma peça teatral seguida
de um diálogo com profissionais da área é um método de expandir a mensagem, para que
chegue da maneira mais clara possível ao maior número de pessoas. “Em uma sala de aula
com alunos de 15 a 17 anos, por exemplo, precisamos capturar a atenção e fazê-los refletir, a partir das cenas espetáculo e da interpretação que o grupo faz delas”, salienta.

Ela ainda reforça que “através da análise do espetáculo buscamos traduzir o que a arte e a cultura trazem do mundo real”.

O projeto
“Mulher, consciência e ação”, com a direção artística de Lázaro Albuquerque França,
é realizado desde 2019 pelo Grupo de Teatro Dia de Arte, composto por David Dias e
Michella França. O projeto nasceu da necessidade de falar sobre como a mulher se sente
após viver um relacionamento abusivo e de que formas pode vencer esse ciclo. “Mesmo
retalhada enquanto presa na teia da violência, a mulher consegue se reconstruir através da
ajuda de amigos e rede de apoio e aos poucos ter a sua vida de volta”, afirma Lázaro.

Ao todo serão realizadas duas apresentações do espetáculo, sendo uma em
instituição pública de ensino, dirigida aos alunos, professores e servidores, e outra aberta
ao público. Todas as apresentações são gratuitas.

Agenda aberta ao público
20/03 _ Palmeira 14:00 (Cine Teatro Municipal de Palmeira)

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